CULTURA VIVA 2023 – 2026 – GRUPOS I, II E III

CULTURA VIVA 2023 – 2026 – GRUPOS I, II E III

Gilberto Gil na Teia em Belo Horizonte

Quando Gilberto Gil foi indicado para se tornar Ministro da Cultura, eu fui um dos que se manifestaram contra . Acompanhei a grita geral e qual o quê!?  como milhares de brasileiros revi conceitos e hoje concordo ter sido sido a melhor gestão do Ministério da Cultura até então. Falo isso para comentar sobre a indicação da mulher, negra, artista e baiana Margareth Menezes. O fato é que “habemus ministra”. Pouco sei da trajetória profissional da ministra, acredito que grande parcela dos fazedores de cultura também, afora noticias da artista, trio elétrico, e temporadas na Europa, da sua capacidade de gestão dentro administração pública, veremos a partir da re-criação do MinC e a partir disso o que virá. Participo com mais alguns colegas de um grupo no wataspp de nome ” Cultura Viva 2023-2026″ , logo depois de criado houve uma adesão significativa de muitos fazedores de cultura, professores, pesquisadores, artistas populares, todos ao redor do projeto do historiador Célio Turino, criador dos Pontos de Cultura espalhados pelo país afora. Nos manifestamos enviando carta-aberta junto ao governo de transição, independentemente de indicação de nomes ou disputas de poderes menores, o desejo de continuidade do Programa Cultura Viva e Pontos de Cultura de modo a Re-encantar o Brasil por meio da criação de mais Pontos de Cultura, Caravanas poéticas, Festivais artístico culturais homenageando Sérgio Mamberti pelo tanto que fez pela cultura brasileira.  De volta a nova ministra da cultura, acredito ainda que as placas tectônicas continuam a se movimentar por mais algum tempo. Logo após a indicação surge o nome do ex-ministro Juca Ferreira para se tornar secretário executivo da pasta, algo assim como prêmio consolação, ou um jeitinho brasileiro de acomodar as coisas. Nunca me esqueço da aula da prof. Marilena Chauí : poder não se divide. E claro logo em seguida a resposta do também baiano Juca Ferreira, claro, com postura elegante declinou do convite dizendo que não aceitaria criar núcleo de poder dentro do ministério, que a futura ministra ficasse livre para indicar sua equipe. Ato continuo segue espalhado na mídia a possibilidade do coordenador de cultura do partido dos Trabalhadores, Marcelo Tavares ser o secretário executivo ideal. Ao mesmo tempo a noticia de Gilberto Gil ter indicado a futura ministra o nome do criador dos Pontos de Cultura para tal função. Oxalá a ministra ouça os conselhos do sábio baiano e ao menos estabeleça um conversa profunda com o criador dos Pontos de Cultura para tomar suas decisões. Essa introdução é para subscrever carta-aberta de apoio a nova ministra. Elaborada pelo grupo de operários da cultura, oriundos do Programa Cultura Viva desde sua concepção, desejamos também seja resolvido o passivo cultural deixado nos ombros dos Pontos de Cultura provocado pelos governos anteriores,  acentuado nos ultimos quatro anos pela desgoverno do inominável., seja dada a possibilidade do Re-encanto do Brasil. Toda força e saúde e alegria a nova Ministra Margareth Menezes.

À

Exma. Sra. Margareth Menezes

Ministra da Cultura

República Federativa do Brasil

 

Nós, abaixo-assinados, saudamos a sua nomeação para estar à frente da reconstrução do Ministério da Cultura e nos colocamos entre os que desejam toda a sorte e sucesso na difícil, porém imprescindível, empreitada.

Pertencemos à uma espécie do coletivo informal que ou viveu intensamente a efervescência, pujança e potência do programa Cultura Viva ou, na condição de pensadores culturais, compreendemos a sua inesgotável capacidade de dialogar com a democratização das políticas culturais e seu papel fundamental na construção de um olhar menos tecnicista, burocrático, e mais generoso, poroso e afetuoso das diversas instâncias do Estado com a Sociedade Civil  de maneira geral, a partir da compreensão antropológica de ser a Cultura a única atividade política capaz de ser transversal com todas as demais áreas das políticas públicas.

O Cultura Viva, a partir dos Pontos de Cultura, foi capaz de colocar o governo brasileiro em comunhão com o povo brasileiro de uma maneira que, talvez, encontre inspiração e similaridade – ressalvadas todos os contextos e particularidades – com o futebol.

Há hoje um relicário de afetos em ebulição cultural, muito em função de todas as ações, programas e projetos que o Cultura Viva fez chegar em lugares jamais imaginados do nosso país. A diversidade cultural brasileira, em nenhum outro momento, pode ser tão reconhecida, legitimada e fomentada pelo estado brasileiro como no período em que Pontos, Pontinhos, Pontões, Tuxáuas, Aretés, Griots, Interações Estéticas, Agentes Cultura Viva, etc tiveram possibilidade de transformar suas ações, no mais das vezes isoladas, em um exercício coletivo de atuação em rede, em teias que interligavam pessoas, territórios, aldeias, etnias, cidades, linguagens, ética e estética.

Coincidem, em certa ordem cronológica, o descaso com o Cultura Viva e o processo destrutivo da nossa Democracia. Decerto que uma coisa não está, em razões e graus de importância, ligada umbilicalmente à outra, mas é de toda ordem e necessidade traçar uma linha divisória entre o que foi e o que poderia/deveria ter sido feito com o nosso país.

Indubitável que a guerra cultural deflagrada foi determinante para colocar a sociedade brasileira e suas instituições em um estágio dolorido de fragilidade. Fazemos parte dos que acreditam que o passivo do Cultura Viva teria sido um forte aliado nesta guerra.

Assim como, para além do passivo que remete às memórias, inclusive as afetivas, há uma utopia clamando no horizonte. Cerzir nosso esgarçado tecido social e reconstruir as bases democráticas que nos fortaleçam enquanto povo e país passam, inevitavelmente, pelo nosso reencontro com o Ministério da Cultura.

Com que alívio, prazer e esperança nos dirigimos à Vossa Excelência, digníssima ministra!!!

Por favor, coloque um farol nos caminhos – passado e futuro – do Cultura Viva. Que este farol possa iluminar a consciência de que não podemos seguir perdendo riquezas, sejam elas tangíveis ou intangíveis, materializáveis ou simbólicas.

O programa Cultura Viva já possui, inclusive, arcabouço legal, transformado na lei 13.018/2014. Ou seja, não é só mais uma lei. Trata-se da Política Nacional de Cultura Viva.

Fazemos aqui, ministra, não o papel de lobistas, mas o de operários culturais conscientes da importância de um programa, de uma lei, de uma política nacional justa, humana, eficiente, eficaz, democrática.

A Cultura Viva, certamente, haverá de ser uma fiel e forte companheira de sua difícil jornada: a de estar à frente daquele ministério que, talvez, seja o mais urgente e necessário para o país: o Ministério da Cultura.

Cordial e afetuosamente.

Nós,  Sociedade Civil Organizada

 

Corroborando nossos votos de sucesso e sorte na empreitada, segue abaixo algumas histórias de CULTURA VIVA narradas pelos fazedores de cultura espalhados pelo país:

  1. IARA CRISTINA ROCHA DO AMARAL MUNIZ

No dia em que fomos selecionados no edital de Pontos de Cultura em 2019. Me lembro que chorei muito pois queria proporcionar a mesma oportunidade que tive de fazer teatro com meus iguais, companheiros e companheiras oriundos das favelas e comunidades de Petrópolis – Regiao Serrana do Rio de Janeiro. Sabia que através do programa Cultura Viva poderia de fato promover a cidadania que tanto nos faz falta na cidade. Desde que me.entendo por gente, nascida e criada em Petrópolis, filha de pai analfabeto e mãe lavadeira percebo com clareza e nitidez a.necessidade de acabarmos com o aparthaid cultural vigente ate os dias de hoje na nossa cidade. Viva o Cultura Viva. Queremos reencantar o Brasi

  1. Antonio Campos Oliveira – Cidade Nova

Fazia parte de uma instituição que foi convidada para participar de um evento em Portugal com mais 10 crianças e adolescentes em um dado momento fomos visitar Fátima paramos para lanchar e uma das adolescentes comeu um sanduíche com pão, carne queijo e bacon e quando o mesmo chegou, ela olhou pro céu e agradeceu pelo sanduíche que ela nunca havia comido na vida, isso me emocionou muit

  1. Marcos Antonio Pardim

Ter sido o idealizador do programa Anselminhos, Pagadores de Promessa – uma ação transformadora em um Ponto de Cultura da cidade de Salto, cidade natal do cineasta Anselmo Duarte. Já com as atividades acontecendo há algum tempo, meu filho Pedro, então, com 12 anos, resolveu entrar para um dos núcleos do Ponto de Cultura. Se encantou com a linguagem do audiovisual e hoje, aos 25 anos, é formado em Cinema pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e trabalha em duas produtoras diretamente ligadas ao audiovisual. Ter sido responsável por criar um projeto que viria a se tornar a porta de entrada para o futuro de um filho é encantador

  1. Rose Meusburger

A cultura tem sido a área de atuação de nossas atividades desde 2000. Particularmente- como profissional da gestão- tenho tido contato com n organizações que tem os mais variados graus de dificuldade com as suas atividades / projetos / ações. Recentemente por conta do meu trabalho desenvolvido no canal Elaborando Projetos – YouTube – recebi um agradecimento. Contava o profissional que o conteúdo disponibilizado no canal fez ele mudar toda a gestão de sua organização. Um único vídeo foi capaz de movê-lo na direção da sustentabilidade da sua organização deixando para trás a ideia de encerrar as atividades. Isso demonstra a capacidade que o conhecimento compartilhado tem de provocar mudanças e fazer de organizações sociais e culturais entes produtivos e que provoquem desenvolvimento na sua região!

  1. Gleidson Almeida Vieira – não é ponto

Com certeza a realização de eventos músicais nas quais tive o prazer de produzir com bandas e artistas que sou admirador. Isso numa cidade do interior baiano, sem recurso e mesmo assim, consegui produzir eventos que foram março na história da cidade, sendo músicas fora do contexto do que era produzido, gerando mais diversidade e oportunidades para aqueles que estavam a margens e ignorados pelo poder público.

  1. Lua BARRETO – não

Com dez anos fui a um circo pela primeira vez. Tínhamos muita cana no quintal e o circo trocava ingressos por cana para os elefantes. Vi todas as apresentações. Chegou uma hora em que nem me pediram mais ingresso, já me conheciam. Meu pai dizia: vigia essa menina, porque o dia que esse circo for embora, ela vai junto. Não fugi com o circo daquela vez, mas anos depois trouxe o circo pra minha vida e nunca mais largamos um do outro.

  1. Mayara Henriques dos santos – não é ponto

A história que me marca muito até hoje, é de uma apresentação que fizemos no interior de São Paulo onde não chegava a cultura, pois é uma cidade muito difícil acesso. E conseguimos arrancar sorrisos não só das crianças, mas de todos os adultos presentes também. Isso jamais vamos esquecer!

  1. Jacqueline Baumgratz

Foi qdo fomos selecionados Ponto de Cultura pela primeira vez e fomos pagar a promessa indo a pé de São José dos Campos para Aparecida do Norte, cerca de 100 km. Foi uma festa com toda comunidade no Ponto de Cultura, mães, pais, crianças, adolescentes, mestres e mestras catireiros, foliões de reis, moçambiqueiros, artistas, educadores. Foi emocionante!

  1. Luiz Henrique Silva Jacarelli

Foram dois: 1- Quando encontrei um ex-aluno da febem que dei aula, andando livre na rua com seu avô. 2 – Quando conseguimos patrimonializar a obra e a memoria do Nilson Mueller como o primeiro ilustrador patrimonio da cidade de Curitiba. Virou eterno.

  1. Liliana Peixinho

Depois de anos e anos de trabalhos sem trégua, ter a coragem/compromisso de pegar um recurso próprio, fruto de um acordo trabalhista, e ir para diversos países da Europa ( Alemanha, França, Itália, Espanha, Bélgica, Austria….) para levar informações (como o DOSSIÊ RIO SÃO FRANCISCO, que preparei e entreguei pessoalmente, numa audiência de 40 minutos com o então embaixador, na Unesco de Paris. Documento.considerado pela instituição como de alta relevância para os estudos sobre água no planeta ).E também trazer experiências desses países sobre cuidados/preservação da vida no planeta, para aplicar no meu país, o Brasíl. Fundei o Movimento AMA – Amigos do Meio Ambiente ( livre, independente) e depois de 22 anos de continuas e permanentes acões imersivas comunitárias, sem apoio financeiro e sem estrutura e segurança para trabalhar, mas com reconhecimento internacional, não pensar em desistir diante do histórico de desafios diários.

  1. KATIA CRISTINE TEIXEIRA SILVA

São muitas como artista e pesquisadora da cultura popular, mas a principal é a própria experiência do Dandô em somar tantas pessoas em torno de um mesmo objetivo de maneira totalmente colaborativa se apoiando mutuamente ao longo de 10 anos nas vidas pessoais e profissionais, tantas trocas e sustentação emocional. Uma grande família sonhando e tecendo uma outra possibilidade de mundo.

  1. Iraci santana dos Santos Santana

O que mais me encantou foi certificar uma grio parteira do municipio de Amelia Rodrigues. Dona Aida Mota ajudou ao nascimento de 5mil criancas. Uma mulher exepcional. Se nao fosse o ponto de cultura. Ponto grio. Pinto de leitura e midia livre. Sao muitas historias.

  1. Wolney Celio Barreto da Rocha

Em um dos encontros, convidei a escola de música da comunidade para participar com os alunos que mais se destacavam musicalmente. Quão surpreendente foi quando chegou a vez do aluno Matheus, um adolescente de 16 anos, portador de síndrome de down, que com sua flauta – doce, tocou “Asa Branca” do mestre Luís Gonzaga, deixando a todos emocionados. Esse foi o despertar para a criação de projetos musicais e artístico voltados para crianças em condições especiais.

  1. Manoel m j cordeiro – Sergipe – Ponto de Cultura Albertina Brasil

Criada em 1988,em Sergipe ,agregando coletivos e,artistas e agentes de todo o Brasil ,durante o Festival Nacional de Artes sem barreiras ,com a presença de grupos artísticos ,artísticas com deficiência e agentes culturais que trabalham com arte inclusiva e acessibilidade cultural .Anualmente ,realizamos em Sergipe a Mostra Nacional de Artes Sem Barreiras divulgando o artista com deficiência ,a cultura inclusiva com pessoas e profissionais dos vários Estados Brasileiros com seminários,oficinas,exposições ,apresentações artísticas divulgando ,difudindo,circulando as artes sem barreiras onde a pessoa com deficiência é o protagonista dos espetáculos ,mostrando que a vida e arte não tem barreiras .

  1. ADELCIMAR DOS SANTOS SILVA – Acre

Quando era coordenador da Junina Pega-Pega(coordeneiba quadrilha de 1996 a 2017) e levei a quadrilha junina para participar do 1° Concurso Nacional de Quadrilhas juninas em Brasília- DF no ano de 2005 . Saímos do Acre de Ônibus com a quadrilha mais jovem do estado com 34 brincantes, sendo 14 menores (todos com as devidas autorizações dos pais e do juizado da infância e juventude). Foi incrível ver a alegria nos olhos de cada um carregando a bandeira do Acre. Hoje somos a quadrilha mais antiga em atividade é já representamos o estado do Acre em 7 edições do Concurso Nacional das 15 edições realizadas pela CONFEBRAQ (confederação Brasileira de Entidades Juninas.

  1. Lani Goeldi

Poderia pontuar inúmeras ações desde que nossa Associacao foi fundada, mas a que considero mais relevante foi a que me motivou a ingressar como Ponto de Cultura. Quando iniciei em Taubate uma pesquisa pessoal e acadêmica a respeito do artesanato há mais de 20 anos, e estive na Casa do Figureiro em Taubate ( local onde até hoje alguns artesãos se reúnem para produzir e vender seu artesanato, mantido totalmente pela Prefeitura) , para conversar com os artesãos sobre o processo de produção, venda e difusão do trabalho centenário das peças. O discurso foi uníssono entre os mais de 20 artesãos com um pouco mais de 45 anos aproximadamente. trabalho que foi aprendido por minha mãe e passado pra mim e que hoje passo Iara meus filhos ou netos.” Foi então que me aventurei a ir até estas crianças e escutar sobre a arte de seus pais e avós. Tal foi minha surpresa ao ouvir o contraponto: “ Não faço artesanato, este é um trabalho da minha mãe ( ou avó)…” . Percebi aí que se não houvesse alguma ação externa essa arte tradicional iria acabar naquela geração, sendo que nem o governo municipal se preocupava em difundir este trabalho e preparar estes artesãos para a divulgação de seus trabalhos. Embasei, planilhei tudo isso e propus no edital de 2008 de Ponto de Cultura. Hoje somos referência e já temos reconhecimento público e privado como o Prêmio Top 100 Sebrae 2022, como os únicos ganhadores do Estado de SP.

 

  1. Marco Cruz – jazz brasil – ponto

O que mais me encanta é possibilidade de promover a inclusão – em 2002 criamos a instituição que veio a ser formalizada entidade com estatuto e ata tudo regularizado em 2003 desde então não paramos nossas atividades, forma musicos que hoje são nossos professores 90% dos professores da nossa instituição são ex-alunos que trabalham conosco a muito tempo e hoje todos são formados e exercem em outras instituições o trabalho que aqui começaram, um motivo de orgulho para nossa instituição.

 

  1. Ari Holtz Neto

Em um processo de longo prazo (10 anos) o Rasgada Coletiva iniciou , com uma mostra semanal às segundas (carne de segunda), onde encontravam-se diversos agentes e atores da cidade de Sorocaba. Daí diversos novos coletivos, diversos novos projetos artísticos diversos, diversas novas ações, diversas novas políticas públicas (inclusão da cidade no SNC) e uma resistência que sobreviveu aos anos pós-golpe.

  1. Shirley Fátima Meireles – PONTO DE CULTURA

O momento de minha vida que mais me encantou foi ter podido estar na Floresta Amazônica por dois meses conhecendo e participando de todo movimento cultural ancestral a comunidade onde eu estive tem, fui várias vezes à Floresta e aprendi muito sobre esta conexão forte entre o movimento cultural e as sabedorias ancestrais. Desde esta época 2007 venho possibilitando pequenas vivências para que as pessoas possam sentir este chamado de volta para a Mãe Natureza através das artes, movimentos culturais comunitários e assim reacender esta chama tão sagrada que habita em cada um de nós, o amor.

  1. Maria Aparecida de Faria Lemos – Ponto de Cultura – MG

Estamos na estrada desde 2002. Tive experiências abençoadas em trabalhar com crianças e mulheres em aldeias indígenas guaranís e em alguns países africanos de língua portuguesa (PALOPs).

  1. Avenida Amélia de Almeida Pompeu

Participar do I Congresso de Cultura Viva Comunitária na Bolívia.

  1. Suzana aparecida dos Reis Santos

A História que mais me encantou foi quando aprendi Libras. Meu pai era alcóolatra e havia um companheiro de bebida que era surdo. Ele sempre aparacia em casa para contar onde meu pai estava mas eu ficava com raiva sabendo a notícia que ele vinha trazer mas eu nunca conseguia me comunicar. Anos depois aprendi Libras e pude me comunicar explicando minha angustia do passado.

 

  1. Manoel Lucena Mesquita Junior – Mogi – Ponto

A possibilidade de integração das atividades culturais com a cidade, por meio do programa cultura viva. São muitas histórias de pessoas sem condições de acessar bens culturais que conseguiram acesso por conta das atividades promovidas por nosso projeto; nos anos de 2010, 11, 12 e 13, nosso espaço promoveu mais apresentações de espetáculos artísticos do que a prefeitura. Da mesma forma, de 2010 a 2019 fomos o lugar que mantivemos as únicas oficinas de circo e teatro abertas à população, fazendo um papel sócio-cultural muito importante na cidade.

 

  1. Edson Ribeiro = pe PE

Em 2019 decidi produzir um SLAM sem saber se haveria participantes para tal na periferia de uma cidade do interior de Pernambuco. Para minha surpresa a procura foi enorme e pude conhecer dezenas de jovens periféricos de Vitória de Santo Antão-PE que fazem poesia. O evento foi um sucesso, uma apoteose de alegria e arte que antecedeu a pandemia. O pouco que fiz ao produzir esse evento, era tudo que os jovens queriam; OPORTUNIDADE

  1. Claudine Dutra Melo Cruz –

Numa das rodas de saraus, promovida com jovens em um retiro formativo, numa chácara reservada para esse fim, alguns hóspedes que estavam no mesmo local se aproximaram em volta da roda de Sarau e permaneceram, enquanto explicávamos o objetivo de realizarmos um Sarau em que somente poetas negros e negras e indígenas são apresentados. Uma das hóspedes, mulher adulta já de meia idade, ao final da roda, tomou a palavra e agradeceu mto por aquela experiência, com lágrimas nos olhos. E nos disse que, pela primeira vez, tinha se sentido totalmente contemplada ouvindo e declamando poetas negros e indígenas. Ela tinha escolhido o lugar para descansar, sem saber que teria contato com a experiência do Sarau, então, mais ainda se sentia acolhida e representada! O testemunho dela reforçou para os jovens presentes a importância de uma educação e cultura antirracista!

  1. Flavia Maria Cruvinel – GO

Em 2002 quando coordenei as Oficinas de Cordas da Escola de música e artes cênicas da UFG ofertamos curso de música para menores ligadas ao projeto cidadão 2000 da prefeitura de Goiânia. Eram crianças e jovens em estado alta vulnerabilidade, com família desajustadas – grande parte eram arrimo de família trabalhamos como vigias de carros e engraxates. Foi uma experiência transformadora em minha vida. Certa vez, os levei domingo de manhã para assistir ao concerto de música clássica no Teatro Goiânia. Quando cheguei eles me esperavam “trabalhando” : aproveitaram para vigiar carros para ganhar um “trocados”. Entramos ao foyer do teatro sob olhares incomodados dos presentes. Sentamos ao fundo e expliquei a eles, em torno de 10 alunos, que só se aplaudia depois dos movimentos e que não se poderia conversar durante a execução. Para a minha alegria, todos se encantaram e se comportaram muito bem. Era a primeira vez que pisaram em um teatro. No intervalo, alguns deles foram para fora (ver se recebiam algum dinheiro pela vigilância dos carros) e não retornaram. Pensei comigo: uma parte do concerto já foi um bom começo. No outro dia na aula, iniciamos a aula comentando sobre a experiência do dia anterior e os que saíram no intervalo me relataram, para minha surpresa, que não foi permitido o retorno deles para o ambiente do teatro para a segunda parte do concerto. Constatei naquele momento que meus alunos foram privados do direito a cultura, como cidadãos brasileiros, de entrar em um espaço público. Depois daquele dia, reafirmo a cada dia por meio do trabalho, seja como educadora seja como gestora, de criar ações de democratização da cultura e da formação artística, lutando permanentemente pelo respeito aos direitos humanos, a diversidade e trabalhando pela inclusão social e cultural e justiça social. Aqueles meninos ainda vivem em mim.

  1. Gibaldo Souza Santos – BA

O surgimento dos Blocos Afros em Sergipe em 1987, influenciado pelo movimento na Bahia, entre outros estados, fez aparecer o nosso bloco afro celebrando as nossas raízes, elevando a nossa auto-estima e combatendo o racismo diuturnamente.

  1. Luiz Carlos de Menezes – SP – circo

Encontro Nacional dos Pontos de Cultura na Teia de Brasília. Todos os povos, pontos, pontinhos e pontões, crenças, saberes, expressões e manifestações culturais do país num só tempo e lugar!

  1. Carlos Alberto Rodrigues de Lima – Mgi Mirim

Ronaldo ex-aluno, nas ido em família catente, morador de área de risco social, hoje é professor doutor em Universidade nos EUA. Sempre que retorna à cidade, faz questão de participar de alguma atividade na OSC.

  1. Osmario dos santos campos – SE – ?Sergipe

Ao conhecer joao alves ,cadeirante,o mesmo usava drogas ,vivendo nas ruas embriagado e drogado,com pensamentos e tentativas suicidas .Após conhecer o trabalho de dança em cadeira de rodas,começou a fazer parte e hoje é reconhecido nacionalmente na dança esportiva em cadeira de rodas ,conquistando prêmios individuais e em dupla nos campeonatos brasileiros de dança em cadeira de rodas,campeão em várias categorias.E hoje ,é o principal integrante da companhia nos Espetáculos de dança .Do passado,memórias e relatos que faz referências nos eventos que participa falando da superação e da importância da dança em sua vida

  1. Rodrigo da Silva Rocha – RS

Criamos o grupo de canto popular TODO CANTORIA e ele coordena o Circuito DANDÔ -Circuito de música Dércio Marques. Neste conhecemos e fizemos ser conhecidos artistas músicos de todo o Brasil, inclusive de outros países. O que mais me encanta em nosso espaço é o ensino da arte em todas as suas maneiras às crianças.

  1. Rodrigo Nunes sombra – Paraipaba

A sinceridade que traz a capoeira em diversas aspectos com crianças adolescentes algumas com problemas como síndrome de down todos são acolhidos como pessoas sem classe social sem cor

 

  1. Bepi Sarto Neves Cyrino – AM – Manaus

Nada como a lenda do bôto que encanta as mulheres ribeirinhas, assim nasciam no meio dos nossos caboclos os branquinhos de olhos azuis.Os filhos do encantamento do boto.

  1. Márcio Bello dos Santos – TO

em 2007 nós enquanto ponto de Cultura, fizemos uma turnê pela Noruega e Itália, com um grupo de percussão formados por crianças adolescentes e jovens, das comunidade do Parque Eldorado, padre Luzo e Brigadeiro, atendidas pelo ponto de Cultura, que nunca haviam saído da nossa cidade, Porto Nacional -TO

  1. Nadine Santos Motta – RS

A arte como ferramenta de transformação da minha vida. Pois a construção da minha personalidade se deu através da prática do teatro a partir da minha pré adolescência, pude também viajar e conhecer o Brasil através da venda de artesanato no incio da vida adulta. Hoje contribuo para essa mesma influência na vida de crianças, jovens e adultos através de oficinas em variados segmentos artísticos, além de realizar apresentações Multiarte e organizar eventos socioculturais.

  1. Eliana Santos Motta – RS – Capão da Canoa

A CAC surgiu com o objetivo de se tornar um núcleo de cultura em Capão da Canoa, no início da década de 90, pois não havia qualquer iniciativa para movimentar e congregar esse setor na região. Parecia um sonho inatingível, uma utopia,conquistar a valorização dos artistas locais para que eles conseguissem viver de sua arte. A trajetória não foi fácil, mas graças a essa movimentação, e todo o esforço, a entidade foi reconhecida alguns anos mais tarde como Entidade de Utilidade Pública e duas décadas depois, como Ponto de Cultura. Lutamos e conquistamos muitos avanços para o município, como a construção da Casa de Cultura, a criação da Secretaria de Cultura e o reconhecimento de todo litoral norte que hoje nos procura para participar de eventos, ações e representação de artistas.

  1. dione barreto

ouvir, aos 14 anos, do meu professor de química que eu era poeta, é que deveria reunir meus poemas e publicar um livro. até então eu escrevia como resposta natural ao ato de viver. ali, naquele instante, ele dava existência a um mundo que desde os 9 anos me dava sustentação de existência plena. seu gesto fazia nascer uma outra que em mim habitava escondida.

  1. Elizabeth Brait Alvim – SJC

Cidinha era uma andarilha de Eugênio de Melo, subdistrito de São José dos Campos. Ninguém a via. Vivia de restos que vez ou outra alguém lhe dava. Na inauguração da Casa de Cultura, ela ficou dançando, encantada com o som dos violeiros. Noutro dia, voltou. Viu que tinha gente cortando madeira para construírem suas violas Quis fazer a sua. E fez. Depois de um tempo, só se via Cidinha nas ruas com sua viola nas costas. Aprender a tocar ela aprendeu muito pouco, mas todo mundo parava para vê- lá tocar e cantar sua única musica nas ruas e praças. Cidinha e sua viola. Uma viola azul com uma lua crescente.

  1. Hildegarda Borges Sampaio – Mafuá – Piaui

Ver nosso bairro, que era considerado um bairro de passagem e que ficava esvaziado no período do carnaval, retomar a vida neste período com a participação dos moradores de gerações diferentes ocupando as ruas para ensaiar e desfilar. E todos com muito orgulho participando do desfile oficial dos blocos de bairros, que neste período foi inserido no circuito oficial da cidade.

  1. Robinson Ricci – Tupã – SP

Em todas as apresentações de final de ano, a primeira é exclusivamente para a rede municipal de ensino e entidades assistenciais. Disponibilizar o acesso a um espetáculo de dança a este público -em geral, de baixa renda – observar o encantamento e o retorno espontâneo do público em geral é a prova cabal de que a arte é transformadora e fundamental. “Como é lá no País das Maravilhas?”, perguntou, ao final do espetáculo “150 anos de Alice”, uma pequenina estudante da rede municipal à bailarina que protagonizou a personagem Alice. Que tal?

  1. André Prado dos Santos –

Quando uma crianças que sentia vergonha de ser negro disse que tomou de Quiboa Alvejante para ver se ficava branco. E após participar de atividades da nossa ONG se empoderou e passou ter orgulho.

  1. Delayne Brasil Rodrigues da Silva – Estados Gerais da Cultura

Uma das histórias que mais me encantou foi no dia em que, a partir de uma pequena divulgação, em papel, de uma oficina de Poesia na Biblioteca Nacional, pude acreditar que um sonho é possível, e, assim, me inscrever para participar desta oficina, e conhecer pessoas que buscavam se expressar artisticamente, como eu, pessoas de todas as áreas que, a partir daí, criaram o Poesia Simplesmente, Este sonho coletivo e pela cultura me levou a outros sonhos e pessoas que, por sua vez, me levaram aos Estados Gerais da Cultura. A beleza de imaginar, pela arte e cultura que não estamos sozinhos e que podemos reencantar o mundo, como aqui proposto pelo Cultura Viva.

  1. Tharson David Lopes – Taquaruçu –

18 anos de atuação e voluntariado com muitos direcionamentos e iniciação de crianças, adolescentes e jovens nas diversas áreas em que atuamos. Seguimos firmes em prol de fazermos nossa parte para um mundo melhor, mais harmônico e sustentável para essa e futuras gerações!

  1. Eduardo Lourenço – Campo Limpo – SP

Convidado pela Nix diversidades, ministrava uma oficina de Monotipia, numa ONG de Ocupação em Campo Limpo Paulista, quando um rapaz em situação de rua, muito entusiasmado, me procuro perguntando se dava pra ganhar algum dinheiro com aquela arte, eu disse que se a ideia era essa, daria sim, ele aprendeu a técnica, demonstrou seu talento, lhe apresentei os desdobramentos possíveis, e em meio a vibracão e emoção gerada pelo momento, lhe dei de presente, uma tema matriz, rolo de tinta, folhas de sulfite 180g, e as tintas que sobraram, e ainda propus uma exposição de seus trabalhos neste espaço de ocupação, através da mais que nunca economia criativa.

  1. Cláudio Brandão de Oliveira – PE

No día em que nosso grupo se tornou, Patrimônio Vivo do estado

  1. Cláudia Valéria de Castro Perroni Leite Melo – Taubaté – SP JEFFinho

Ver a democracia cultural nas TEIAS NACIONAIS, as falas dos mestres, a radiografia genuína da cultura brasileira em todas as suas faces, formas e circunstâncias em território livre.

  1. Laura Fraguito Esteves de Oliveira – RJ

quando vi meu Poema Rastros musicado, gravando e no palco do Teatro

  1. Laura Chaves de Souza Peluso – Maringá – PR

Foram diversos momentos, estou na luta mais de 40 anos. Participei de várias ações coletivas, ajudei a construir a primeira cooperativa cultural da região de Maringá/PR. Mesmo sendo da área do teatro, vivo um pleno encantamento com a construção de políticas públicas na área cultural. É o poder da transformação que acontece em cada pessoa que entra neste universo.

  1. MARCOS JULIO AGUIAR – Mogi – Indios Urbanos

Quando Célio Turino visitou um espaço nosso em Mogi das Cruzes inaugurando o primeiro ponto de cultura indígena de área urbana do Brasil em 2008. Ali ele lançou a ideia de prêmios indígenas

  1. Jaqueline Ferreira Freitas – Santana do Riacho – MG

Em meados de abril em um praça pública, estava passando por uma fase desafiadora e não conseguia esconder a tristeza. Resolvi sentar debaixo de uma árvore para tentar animar um pouco. Passando uns minutinhos, começou aparecer crianças de todos os lados, quando fui vê, elas já estavam interagindo. Inventaram uma brincadeira que precisava de um jacaré, elas olharam em minha direção e criaram uma música para me chamar para a brincadeira, neste momento meu coração abriu, foi como um sopro de magia, reencontrei a alegria, porque naquele instante momento, era o sinal para voltar a sonhar com minha missão no mundo.

  1. Nancy Jane Alves dos Santos – Mogi Mirim

Uma Apresentação do nosso grupo de seresta. Encerramos, qdo escutamos do primeiro andar de um prédio, mais um, uma senhora com idade bem avançada e impossibilitada de se locomover. Escutando a gente tocar e cantar na rua da sua casa, e ela na sacada pedindo bis. Foi lindo.

  1. nilton barbosa ( Blau) – SJC – SP

Com 05 anos de idade, em Minas Gerais, na escola simples a professora disse a sala: amanha vira um musica aqui na sala..fiquei muito empolfado pois havia perdido meu pai que era violeiro…e o musico veio, um senhorinha moreno de terno surrado de chapéu..disse bom dia criancas tirando de seu bornal um instrumento cheio de fitas coloridas..esse é o pandeiro que era de meu avô, ficou pro meu pai depois para mim e agora vai para meu neto tocar depois da missa na folia…e ele tocou lindamente e ai aconteceu o que mais me imoactou: ele deu o pandeiro na minha mão…fiquei tao maravilhado com com esse momento que até hj nos meus 58 anos de lida eu digo que naquele momento descobri com respeito o que eu queria para minha vida..hj sou percussionista, compositor e arte educador…gracas a uma pessoa…a professora que conversou com aquele senhor que era pipoqueiro na Praça….se minha vida mudou por causa de uma conversa com o pipoqueiro, imagina de conversasse com a tia da cozinha..qtos bidas teriam exemplo atraves do respeito ao patrimonio humano e sua oralidade…Nossa cultura mostra quem somos .. (Nilton Blau – Sjcampos, Sp)

 

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